Crônicas de Chumbo #2

HEEEEEEEEEEEEEEEEYYYYYYY!!!!!!!!!!!!!
Azphelumbra de novo!!!

Então, depois do Conde Pudim ali embaixo, mais Vince e Nick pra vocês! =3

Leaden Chronicles, Second Bullet.






Pra quem não viu o anterior, está aqui.
Leaden Chronicles é um monte de contos meus ( e só meus, Phyreon não tem parte neles. u.ú) que são publicados mensalmente aqui. =D




S E C O N D      B U L L E T
De volta pra casa


Vincent e seu primo desceram do carro de aluguel. O cocheiro tocou os cavalos, e Vince apanhou sua mochila do chão.
— Aiiiinnn... – gemeu alto.
— Hey, Vince! Esqueceu que você levou um puta tirambaço no braço, é? – Nick ajeitou Haroldo nos ombros e pegou sua mochila no chão, e a do primo também.
— Esqueci... Tinha parado de doer. E – Vince olhou para Nick – foi um raspão, não um tirambaço, se é que essa palavra existe.
— Ah, dane-se! – Nick deu de ombros. – estamos em casa! O lado bom é a cama quente, o ruim é a Alice.
Nick torceu a cara. Alice, sua irmã mais nova, era ligeiramente insuportável.
Vincent olhou a fachada do castelo, segurando o braço ensangüentado.
Os muros eram forrados de rosas-trepadeiras, vermelhas como seu cabelo. Tudo antigo, e muito bonito. Pelo quintal, mais e mais rosas rubras. Não era à toa que se chamava Red Rose Castle.
Há alguns anos, o castelo era um museu. Quando a família Heisenberg não era estruturada e os irmãos Marie-Claire (mãe de Nick) e John (pai de Vince) viviam andando por aí, o castelo era inútil a eles, e então emprestaram à comunidade.
Mas o tomaram de volta quando John se casou e teve seu filho, e os pais dele foram localizados. Hoje moram todos lá. Abraham e Claire, seus filhos John e Marie-Claire, os netos Vincent, Nicholas e Alice e os genros Elizabeth e Stanley.
Todos mercenários, menos Liz, como é mais conhecida a senhora Elizabeth Lewis da alta estirpe samurai.
Nick já havia sumido quando Vince entrou. Então ele adentrou pelos corredores, cumprimentando os empregados, segurando o braço ferido. Queria encontrar sua mãe, e lhe dizer sobre Rachel e seus novos atributos mágicos.
Mas achou outra pessoa.
Vince se assustou ao ver seu pai dobrando uma esquina, com sua cara fechada padrão, seu cabelo espetado e cheio de gel padrão, sua barba por fazer padrão, seu cigarro padrão e seus revólveres padrões.
— Hm, Vincent... Voltou cedo, garoto. Reporte. – disse John Heisenberg, firmemente, se aproximando do filho.
— Sucesso nas missões. Encontramos Iron Fist em uma delas e a vadia heterocromática aprendeu magia. – Vincent não encarava o pai.
John jogou cinzas do cigarro no chão, ponderando.
— Ela é filha de Angel Rademaker, não é? – perguntou, por fim.
— Sim. – Vincent ainda olhava suas botas sujas.
— Hm. Acho que não vai ser problema. Está com essa cara por que? Ela sabe magia e você não? Por favor, Vincent. Você é um Heisenberg. – John ergueu o queixo do filho, fazendo ele encará-lo. – nós, os Heisenberg, não somos magos. Tudo isso é culpa da sua avó e da sua mãe. Você não tem que saber soltar fogos de artifício com as mãos. Você tem que saber atirar. – John disse, pausadamente. Firme, mas sem ser rude, o que era raro.
Vince sorriu.
— Tem razão, pai.
— E esse buraco aqui? – John pegou o toco de seu cigarro e apagou no ferimento do filho, sem piedade alguma.
Vince mordeu a língua para não gritar.
Se gritasse, ia ser muito pior.
— Vá enfaixar isso, e não peça para a Liz ou sua avó curar. Você tem que conhecer a dor. – John disse com o jeito incrivelmente rude que possuía.
— Sim, pai. – Vince disse, sufocado.
John deu um tapinha carinhoso (a seu modo) no ombro do filho e saiu, acendendo mais um cigarro.
Vince olhou pra trás, e ao ver que seu pai estava longe, levou a mão ao braço.
— Acho que posso gritar agora... – disse, com os dentes trincados e os olhos apertados. Uma cômica expressão de dor.
— Vincent?
Ele estremeceu dos pés à cabeça ao ouvir aquela voz. Tão melodiosa, parecia o canto de um anjo. Abriu os olhos vagarosamente e lá estava ela, com um rosto preocupado e olhando seu braço.
Amanda parecia realmente com um anjinho caído do céu, que perdera as asas no processo. Possuía grossos cachos louros descendo pelas espáduas, olhos azul-clarinho e bochechas rosadas. Era bem mais baixa que Vincent, e seu rosto e corpo eram infantis, apesar dos treze anos e meio.
— Oi, Amy. – Vince não pôde conter o sorriso enorme que apareceu em sua face. Estava louco para vê-la.
— O que foi isso? – ela abaixou mais as pestanas e tomou o braço dele, analisando a ferida. Vince sentiu o perfume dos cachos dela. Lavanda. Bem suave. Era viciante.
Amy morava ali mesmo, era filha de um casal de empregados do castelo. Como ainda era muito jovem, tudo o que fazia era cuidar de Alice, o que levava muito bem, já que as duas eram muito amigas. Amy também cuidava de ferimentos quando as magas não estavam por perto.
— Foi um raspão, nada de mais. – Vince continuava sorrindo bobamente.
— Mas Vince! Você está escorrendo sangue, não percebeu?! Meu Deus! há quanto tempo você levou esse tiro? – ela olhou pra cima, e logo seus olhos encontraram os dele e ela enrubesceu levemente.
Muito perto.
— E que sorriso sarcástico é esse? – ela continuou, abaixando o tom.
— Nada, é só que você fica muito bonitinha me xingando assim. Parece a minha mãe. – ele deu um riso discreto e alegre.
Amy ficou da cor do cabelo de Vince e se afastou.
— venha, vou enfaixar isso. – ela se virou e começou a andar com passos firmes.
— Sim senhora. – Vince assentiu, começando a segui-la.
Enquanto andavam, Vince observava o vestido campestre longo dela balançar pra lá e pra cá, junto com seus cachos dourados super definidos. Notou que havia uma fita vermelha ornando-os.
— Você está usando. – Vince disse entre um sorriso largo.
— Hm? – Amanda se virou, sem parar de andar.
— A fita que eu te dei.
Ela parou. Na verdade, empacou.
— Claro, Vincent. Você me deu então eu devo usar, não acha? – ela disse, desconcertada, e voltou a andar, dessa vez mais rápido.
Vince não sentia mais dor, e agora pensava em outro presente para ela. Um bem mais bonito. Talvez sua mãe pudesse ajudar, ou então a tia Marie-Claire.
Pensou de novo.
Melhor não se aconselhar com a mãe de Nick.
Amanda entrou num quarto, e Vince entrou logo atrás, fechando a porta.
A enfermaria dos Heisenberg. Um pequeno ambulatório com material suficiente para pequenas cirurgias, principalmente extração de projéteis. Amy se preparava, lavando as mãos, separando faixas e soluções, agulhas, pinças.
Vince sentou-se na maca e com algum esforço tirou seu casaco e as duas blusas por baixo, deixando o peito nu.
Só aí que ele percebeu que estava realmente sangrando muito. O ferimento estava horrível, mesclando sangue, pus e cinza de cigarro de forma nojenta. Era como se o pedaço de chumbo que cortou ali fora embebido em bactérias antes de ser colocado na cápsula.
Amy se virou e se aproximou. Ela não ligava pra ferimentos feios. Aquilo era tão comum nos Heisenberg...
— Não precisava tirar a roupa toda. – ela disse, fingindo desinteresse naquela pele descorada.
Na verdade, seu coração quase saía pela boca.
Amy não se lembra quando exatamente se apaixonou por Vince. Sabia que havia anos, e isso só está piorando à medida que eles crescem. À medida que ele cresce. Vincent ainda era muito magro comparado ao pai quando na mesma idade, mas seus músculos estavam se desenvolvendo, seu abdômen...
“Amanda, olhe a ferida. A FERIDA, por favor.” – sua consciência trouxe-a de volta à realidade, e isso a fez lembrar de algo.
— Mas você e o Nick sabem primeiros socorros. – ela jogou um algodão fora e pegou outro. – não precisava deixar as coisas chegarem nesse estado.
O sorriso de Vince sumiu.
— Hm... Nós tivemos problemas sabe. Não deu pra parar e cuidar. – ele emendou uma desculpa.
— Vince... – ela ergueu os olhos e o encarou, fazendo o coração do Heisenberg disparar. – você mente muito mal! – e então riu, encantadoramente.
— Tá bom, vou dizer a verdade agora. – ele se deu por vencido, rindo com ela. O riso dela era a coisa mais linda de se ouvir. – Foi de propósito. Até o tiro. – ele se aproximou, e sussurrava. – Eu entrei na frente da bala e deixei o machucado ir me comendo de Phall até aqui.
— Mas... Por quê? – ela sussurrou também.
Vincent umedeceu os lábios e suspirou. Estava muito tenso. Mas deveria dizer.
— Pra ver se eu sentia... A magia.
“Resposta errada, Vincent Heisenberg” – sua mente o corrigiu.
— Ah... – ela o encrava, acreditando piamente. – E aí, sentiu algo? Realmente dizem que com a dor...
— Não... – ele voltou à posição normal, decepcionado mais uma vez com sua incrível falta de coragem.
Amy voltou a tratar o ferimento, dessa vez, costurando-o.
O que Vincent queria mesmo dizer mesmo era algo relativo às mãos de anjo dela cuidando dele, acrescentado de que queria ela sempre a seu lado cuidando dele e culminando com um eu-te-amo e um longo beijo, que seria seu primeiro, de acordo com suas contas, que refazia todas as manhãs. Mas se ela acreditou naquela mentira deslavada sobre magia, menos mal. Não era tão péssimo mentiroso assim.
Enfrentava monstros de dimensões exageradas, exércitos particulares, explodia cérebros todos os dias, vivia com o cheiro pútrido da morte nas narinas, ouvia tiros com canção de ninar e quando se tratava de dizer o que sentia pra uma moça, a coragem lhe faltava.
Ainda bem que seu pai não sabia disso.
Amy terminou seu serviço enquanto ele discutia com seu lado covarde.
— Prontinho, Vince. Tome cuidado pra não infeccionar de novo e troque as bandagens todos os dias.
— Aham. – Vince começou a se vestir.
— Aliás – Amy limpava as ferramentas usadas. – não seria melhor de sua mãe te curasse?
— Não, não... Pai disse ‘que eu tenho que conhecer a dor’ – remendou a voz forte de John Heisenberg, arrancando uma linda gargalhada de Amanda.
— Você é muito bobo, sabe. – ela olhou pra ele, ainda rindo.
— E você é um doce, Amy. Obrigado. – ele se levantou da maca, chegou até ela, abaixou e lhe beijo o rosto. Depois saiu do ambulatório calmamente.
Amanda encostou na bochecha, e a sentiu mais quente que o normal. Depois balançou a cabeça com força.
“Patrão, Amanda. PATRÃO.”




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E então? essa foi mais leve... Mas depois teremos mais sangue voando. Mwahahahaha!!



2 comentários:

  1. Nháááá =3
    Ti fofooooooooo
    A Amy pensando "Olhe o Ferimento" e "Patrão, Amanda. PATRÃO" Foi HILÁRIO xD
    Huuum... Imagino a preocupação do Vince em pedir conselhos pra tia xD
    Quem tem um Dragão de Komodo de estimação deve ser uma coisa LINDA pra dar conselhos sobre que presente dar =P
    Aguardo a continuação *-*
    Beijos

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  2. que bom que tá gostando Tenshi!!!
    *---*
    esses dois ainda vão dar... usuashuhausuhahsu

    E você nunca vai querer se aconselhar com tia Marie-Claire. Principalmente quanto a roupas/presentes.

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