Azphelumbra!
Religiosamente, mais um capítulo das Crônicas =D espero que gostem.
No final, um pequeno apêndice, sobre os Lewis e Heisenbergs e sobre as espadas.
s i x t h b u l
l e t
Cortante
Amanda tocou uma das
espadas que estavam de enfeite na parede. Sentiu uma dor aguda e imediatamente
levou o dedo cortado à boca.
— Own, eu só encostei! – resmungou.
Ela não podia negar que o conjunto era muito bonito.
Eram três, uma em cima da outra: uma pequena kodachi, uma wakizashi – um pouco
maior – e uma katana, bem maior que a de baixo.
As
três brilhavam com a luz do crepúsculo que se refletia em suas lâminas. Os
cabos delas eram iguais – azul em dois tons. Escuro e claro. Havia um pingente
na ponta, também azul.
Ainda
com o dedo na boca, ela passou para um quadro enorme. Nele havia o nome “Lewis” escrito no alto, e logo abaixo,
a família imortalizada em tinta e papel.
De
pé, estava uma mulher e um homem. Ao ver a mulher, Amy pensou ser sua patroa,
Liz. Era idêntica a ela, mas não era, pois seu marido estava a seu lado, com a
mão em seu ombro, e aquele não era John Heisenberg. Esta mulher ainda carregava
em bebê de poucos meses de idade, enfiada num vestido azul clarinho e cheio de
babadinhos.
Aquele
bebê era sua patroa, Amanda concluiu.
Sentados
no chão, estavam os três varões dos Lewis. Oswald, o mais velho, um
adolescente. Depois dois que pareciam gêmeos, a diferença era muito sutil.
Amanda não sabia seus nomes.
Mas
sabia que estavam todos mortos. Dos Lewis só sobraram Liz e Oswald. Amanda
sabia por histórias isoladas que Vincent lhe contava ao acaso.
Ela
só sabia que Oswald se casou com a viúva de um dos irmãos dele, e com ela teve
três filhos. Com o sobrinho, filho da viúva e seu irmão, somavam quatro. Os
nomes deles Amanda sabia bem. Eram Aryon, o mais velho, sobrinho de Oswald,
tinha uns vinte anos, Icaro, mais ou menos com uns catorze anos, e as gêmeas,
Serena e Nicolle, de treze.
Amanda
riu daquela bagunça genealógica.
Depois
suspirou. Queria fazer parte dela.
Olhou
longamente para o dedo cortado. Não parava de sangrar. O líquido vermelho
escorria, quente e vivo. Vermelho como o cabelo de Vincent. Ela estava
preocupada com Nick e ele.
Não.
Ela
estava preocupada só com Vince. Ela sabia que Nick podia bem se virar sozinho.
Mas Vince estava muito estranho.
Pensou mais um pouco, e concluiu que queria estar lá com ele. Que queria que
ele nunca saísse de debaixo de seus
olhos azuis.
Ela
sempre ficava preocupada quando ele saía. Nunca sabia se ele ia voltar. Às
vezes nem trabalhava direito quando ouvia os patrões falarem que a missão era
perigosa.
Amanda
franziu o cenho e teve um ousado pensamento.
E
se, por um acaso muito feliz, ela se
casasse com Vincent? Iria morrer de preocupação toda vez que ele saísse? Olhou
o quadro dos Lewis de novo.
A
mãe de Liz trazia uma katana na mão em que não carregava a filha.
Deveria
aprender a lutar também? Já era enfermeira. Sabia cozinhar muito bem. E sabia
coser, e muitas outras prendas. Sabia os nomes e calibres de todas as armas já
fabricadas, e sabia cada diâmetro de espaço vazio que cada bala podia abrir em
um homem. O que seria aprender a atirar? Sorriu ao se imaginar ao lado do marido nos cantos mais sujos e vis de
Grayfield. Imaginou cenas de resgate inocentes.
E
então um barulho lhe chamou a atenção. Era um rosnado. Ela conhecia rosnados,
os guardas tinham cães enormes no castelo, apesar de não serem necessários. Mas
aquele rosnado não era de um cão. Era duplamente mais alto e mais assustador.
Poderia ser um lobo, mas Amanda sabia que não havia lobos em Shallvy.
O
rosnado se fez audível de novo, ainda mais forte. E então o coração de Amanda
começou a golpear suas costas com força. Olhou a parede, em busca de algo para
usar. Viu a katana de enfeite. Sem pensar duas vezes, pegou-a entre as mãos
finas. Ela cortava, disso Amy sabia.
Amanda
quase deixou a espada cair quando tentou manobrá-la. Era muito pesada. Abandonou-a, e pegou a segunda. Ela era mais leve, e
Amy tentou algum golpe contra o ar.
A
porta maciça de madeira estremeceu com uma pancada de fora para dentro, e
Amanda pulou de susto, saindo da sala. No corredor que ia para a cozinha, ela ouviu
um barulho semelhante de porta sendo forçada, depois aberta violentamente.
Amanda travou no lugar ao ouvir gritos de mulher.
A
cozinheira.
Ouviu
um rugido, mais gritos e um barulho de carne rasgando. Depois, os gritos
cessaram.
Amanda
percebeu que seus pés não lhe obedeciam, e lutou contra eles. Fez esforço, se
concentrou, nada!
“Droga, se mexa!” –
gritou para si mesma ao ouvir as garras da criatura arranharem o assoalho de
madeira, cada vez mais perto.
Finalmente
seus pés lhe obedeceram, e ela correu de volta para a sala. Se subisse as
escadas, estaria encurralada e morta. Deveria achar um lugar amplo para
combate, ou... para a morte.
Ela
parou no meio da sala, esperando a coisa vir. Iria se defender até o fim,
morrer lutando. Era uma boa hora para saber atirar. Mas ela parou de pensar em
chumbo e olhou sua espada, sua única arma, sua única salvação, a qual se
agarrava agora, com coragem – ou tolice – que nunca sentira antes.
Ela
quase gritou de horror ao ver a criatura. Era quadrúpede, do tamanho de uma vaca.
Com duas fileiras de dentes vermelhos de sangue. Os olhos eram amarelos. Era
escura e muito pegajosa, parecia que acabara de sair de um banho de petróleo.
Não tinha pele, via-se os músculos e tendões – e órgãos.
Amanda
respirou fundo, e quase vomitou pelo cheiro que a criatura emanava. Ela
conhecia aquele cheiro ruim. Morte.
A
criatura andava devagar, como que analisando Amanda... preparando-se para o
bote fatal.
Depois
de alguns segundos, a fera pulou.
Amanda
se jogou de lado e evitou que a besta o pegasse e imediatamente desceu sua
espada no pescoço da coisa, partindo-o até a metade, de onde espirrou o sangue
negro em seu corpo alvo.
Ela,
em fúria, ainda terminou de separar a cabeça do corpo, e chutou-a para longe,
temendo alguma regeneração.
Depois,
olhou suas mãos trêmulas.
“Não foi... tão difícil.” –
ela pensou, antes de outra criatura entrar na sala quebrando os vidros da
janela.
A
besta a fitou com os olhos amarelos, parecia com raiva. Amanda a encarou, e
ouviu um rosnado.
Olhou
na direção que o rosnado vinha, e viu mais uma criatura, esta vindo da cozinha.
Amanda
estava perdida agora. Encarou uma, depois a outra. Duas ao mesmo tempo seria
difícil, talvez impossível, mas tentaria! Tentaria até o fim, até morrer.
Uma
das bestas se retesou, preparando-se para o bote.
Amanda
também se preparou como podia. Mas ouviu um barulho infernal que fez sua cabeça
doer.
Um
tiro. Dois. Depois mais quatro. Então uma pausa. A criatura que iria atacá-la
caiu inerte no chão.
A
outra olhou a janela, atônita, procurando quem matara sua irmã.
Seguiu-se
então mais meia dúzia de tiros.
Quando
a última besta bateu morta no chão, o autor dos disparos entrou pela janela.
Estava
quase tudo escuro, mas Amanda viu com clareza Vincent pular a janela, apontando
a arma para todas as direções.
Ele
ainda estava com os cabelos soltos e eles agora viraram uma juba vermelha, com
cachos para todo lado. Ele contava com escoriações novas, e estava sério.
Mas
todos seus músculos relaxaram ao ver Amy ainda com a wakizashi e coberta com
sangue de monstro.
Mas
viva.
Ele
não pensou direito. Só correu até ela, tropeçando em tudo que estava em seu
caminho.
Amanda
largou a espada e abraçou Vincent com muita força, enquanto ele retribuía o
gesto.
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Sem choro nem vela, só no mês que vem.
Agora, genealogias. Até eu me embolo com os Lewis.
Elizabeth = Liz, entende? |
E, sobre as espadas:
Katana (刀 katana?) ou Catana [1] é o sabre longo japonês. Surgida no Período Muromachi, era a arma padrão dos samurais e também dos ninjas para a prática do kenjutsu, a arte de manejar a espada. Tem gume apenas de um lado, e sua lâmina é ligeiramente curva. Era usada tradicionalmente pelos samurais, acompanhada da wakizashi (脇差). A katana era usado em campo aberto, enquanto a wakizashi servia para combate no interior de edifícios.
Kodachi é uma espada intermediária entre a Wakizashi e a Katana. É usada principalmente para a defesa pois seu tamanho reduzido (59 cm) duplica sua velocidade em relação a espadas maiores, embora não proporcione um bom ataque. A Kodachi tem a dobra da lâmina levemente maior que a Wakizashi e um pouco mais leve, tem sem tamanho mais aproximado com a Wakizashi do que com a Katana. É frequente ser confundida com a Wakizashi.
Atualmente, existem alguns praticantes que usam um par de kodachi para lutarem misturando as técnicas com estilos de outras artes-marciais, como karate, judô e mais freqüentemente o kenpo, pois alguns registros históricos dizem que alguns ninjas da antiguidade se utilizavam dessas combinações misturadas com ninjutsu. Os ninjas também usavam a Kodachi para se punir.
Era usada principalmente em combates de curta distancia onde você tinha menos tempo para desembainhar sua arma, possibilitando assim um rápido ataque ao oponente geralmente no joelho ou outras articulações no intuito de imobilizá-lo. Essa arma era utilizada também na prática do seppuku.
A wakizashi (também conhecida como Oo-wakizashi ou Naga-wakizashi) é uma espada curta japonesa, usada em conjunto com a katana pelossamurais.
Você demorou uma eternidade (ou foi só impressão?) pra postar esse capitulo, eu já estava com saudades do cabelo do Nick e do Vince!
ResponderExcluirRealmente, Paula. Até que esse não, mas fiquei uns bons três meses sem postar Leaden Chronicles. =/
ResponderExcluirOlá !
ResponderExcluirGostei muito de seu Blog e por esse motivo queria muito fazer parceria de Blogs.
Se quiser me responda o mais breve possível
Bloody kisses :*
www.sweetrockml.blogspot.com
Já adicionei seu banner e já estou seguindo seu Blog
ResponderExcluirObrigada por aceitar a parceria !
Olá Camila, fazia tempo que não lia nada seu, voce ta esccrevendo cada dia melhor. Queria saber como deixou os menus assi, ficou muito massa.
ResponderExcluirHeey! Bem, eu fiz o template no artisteer. Nesse programa tem a opção do menu dropdown.
ResponderExcluir^^