O Orbe de Reidhas, Spin-off #1 | Capítulo XXVIII




— Como no observatório, garoto? Meus homens estão lá, recebo relatório três vezes ao dia! – McMillan quase berrou.
Tom começou a subir uma escada de mão, cheia de limo pútrido.
— Eles estão mortos, Estorvo. E os autômatos tomaram a pele, bem simples. – Lyra subiu atrás de Tom.
— Mas… eu não…
Eram duzentos homens. Ele mandou duzentos soldados para o observatório, lembrava bem disso. Eles ocupariam os andares inferiores, que era a base secreta de Cadmia, para pesquisar e proteger o cilindro de energia. Ficariam lá para descobrir quem foi e seguir algum rastro.
Eram duzentos bons homens.

— Nunca desconfiariam de lá, certo? Não com seu pessoal vigiando tudo. Nunca vasculhariam ali. E eu pensei que Luce era mais burro. – Lyra pôs as mãos para fora do bueiro, erguendo-se.
McMillan fez o mesmo, e eles saíram na rua.
Não era muito longe da escola, um beco.
— Muito bem, ar puro. Só que meu cabelo ainda vai ficar com esse cheiro pelo próximo mês. – Lyra torceu o nariz. – é muito longe daqui até o observatório? Tom?
— Sim, a coisa fica do outro lado da cidade.
— Merda. Eu nunca fui lá. Se usar a Sellphir, eu posso parar muito longe. Coordenadas? Sabe as coordenadas do lugar?
— Não.
— Estorvo?
— Não decorei.
— Merda. – ela coçou a cabeça. Pensou.
Precisava chegar lá, precisava muito rápido. Não sabia o que Pyro e Lílian estavam fazendo na casa de Arch, mas só podia ser o óbvio: Luce descobriu que o cilindro verdadeiro estava lá. Então devia chegar ao observatório antes que ele voltasse, antes que usasse a coisa.
Quando podia usar a Sellphir? Como era mesmo? Repreendeu-se por nunca prestar atenção nas aulas. Coordenadas funcionavam. Memória do local. Fluxo de tempo de outro mago. Se sentisse a magia de algo ou alguém, poderia segui-la também.
Não havia nada, se ela tivesse uma memória…
Lyra se sobressaltou.
— Memória, é isso. Preciso de uma memória do observatório. – ela olhou Tom. Ele tinha, mas… isso ia piorar as coisas pro lado dele. – Estorvo, você foi ao observatório?
— Não.
— Você é mais inútil que eu pensei, maldito. Tom. Vai ter que ser você.
— O que… quer? – a voz dele soou trêmula.
— Só a memória do lugar. Pense bem nele, bem forte. – ela se aproximou. – Vai doer menos se eu não tiver que procurar muito.
— O que? – cenho dele franziu, e ele deu um passo pra trás.
— Eu preciso invadir sua memória, Tom. E eu não quero ver coisa demais. Por isso pense só no maldito lugar.
Ele empalideceu. Lyra se sentiria mal se não fosse sua necessidade. Ela não tinha tempo para ir lá andando. Deu mais dois passos pra frente e com dois dedos, tocou a testa cheia de sardas.
Ver memórias era sempre uma via de mão dupla. Lyra viu o lugar bem, mas teve que deixá-lo ver algo de suas próprias lembranças. Não sabia o que era, porém. Phyreon sempre lhe disse que magias psíquicas eram as mais perigosas, e que mais exigiam do mago. Era estranho, mas Lyra sempre foi muito boa nelas.
E aquela magia era diferente da que altera uma memória. Mais fraca, mais rápida, e a mão dupla. Quando se altera um registro, a vítima não tem acesso às memórias do mago…
Lyra tirou os dedos da testa dele.
— O que você viu? – ela foi urgente.
Tom piscou, tonto.
— Theo. Você estava… – ele franziu o cenho muito forte, e fez uma cara estranha.
— Perfeito. Já sei onde é. Muito obrigada, Tom. Se quiser voltar com o General Estorvo…
Tom se sobressaltou por dois motivos.
Primeiro porque ela ia embora sozinha, e ela simplesmente não podia larga-lo lá com o General. E segundo porque ela acreditava muito facilmente em mentiras baratas.
Ele não viu Lyra com Theo. Viu algo muito pior. Algo que, Tom tinha certeza, não o deixaria dormir por um bom tempo.
— Você não vai sozinha. – McMillan pegou-a pelo braço. – Eu preciso ir, preciso impedir essa coisa, preciso-
Morrer. Sim, você pode ir. Tom, você não. Sellphir.
Lyra abriu os olhos no meio do mato. Muito escuro, mas podia ver luzes mais a frente. Luzes e magia.
— Me obrigue. – Tom disse.
Redworn!
Ele estava com a mão no ombro de McMillan. Lyra rangeu os dentes e soltou um impropério.
— Não me responsabilizarei por vocês. – disse, fria.
E não ia mesmo.


Archie entrou na sala que serviu de cela para eles. O soldado continuava ali, deitado, desmaiado.
A sala estava vazia. Chris não estava lá, mas havia o esqueleto de um autômato no chão. Estava destruído.
— Chris? – Liv chamou.
— Ele saiu, Lavender. Com a senhorita Hemingway. – Uma voz saiu de um canto escuro. Era o professor.
Ele foi instruído para que não saísse de onde estava, já que não podia correr. Archie queria levá-lo para o porão também, mas seria complicado pra ele passar pelo caminho de Amy. Ele teria que ir pela entrada no térreo, o que levaria muito tempo.
— Ela apareceu aqui? – Theo perguntou.
— Sim, ela veio. Eles encontraram o livro correto, e derrubaram uma máquina… depois desceram, foram atrás de Lílian.
— Não podemos ir lá agora… – Archie disse a Theo.
— Nossos pais primeiro.
— Professor, eu realmente queria te tirar daqui, mas…
— Nem pensar, Lavender. Não vou levar menos de meia hora para chegar ao térreo. Não devo sair daqui. – Rutherford disse – Estou bem, não se preocupe.
— Os autômatos podem te encontrar, não? – Theo soou preocupado.
— Estou bem escondido aqui, Theo! Só não se esqueçam de mim quando tudo acabar.
— Tem algo para se defender?
— Chris me deu uma dessas facas, mas confesso que prefiro penas.
— Tem certeza? – Archie mordeu o lábio.
— Já disse que sim, Archibald. Podem ir. Vocês querem tirar seus pais, certo? Vão, rápido.
— Certo. – Theo suspirou. – Vamos. – puxou Archie pela camisa, saindo do quarto.
Subiram as escadas e no corredor, encontraram aranhas rondando. Antes que elas se desdobrassem em máquinas enormes, Liv partiu uma e Archie, a outra.
— Vai ser fácil, eu acho – Archie corria – O quarto da Amy é aquele ali, vamos nos dividir?
— Sim, vai lá pagar seu pai.
Archie engoliu em seco e deixou os dois irmãos ali.
Assim que Theo levou a mão à maçaneta, ouviu um barulho metálico. Abriu a porta imediatamente, e entrou.
Desvie! – Berrou.
Ephraim obedeceu imediatamente, atirando-se para a esquerda. Olhou novamente para aquilo que tinha entrado pela janela.
Há um segundo era uma aranha. Assim como a outra, que ele perfurou com o atiçador da lareira. Mas agora era um… boneco? Tinha dois metros de altura e Theo…
Theo o perfurou com duas adagas, e rasgou o metal facilmente. Com um chute no peito da criatura, jogou-a contra a janela. Quebrou o vidro e caiu lá embaixo.
— Mais um, ali! – Liv disse, e pulou em cima da cama, atravessando-a. com a espada que tinha nas mãos, perfurou a aranha na metade de sua transformação. Pisou em cima dela e tirou a espada.
Suas crianças.
Eram só suas crianças.
Não eram?
Ele olhou a esposa, parada, empacada na verdade. Ela olhava os dois filhos, que se encararam. Theo foi para a janela e olhou lá embaixo.
Depois olhou-o. O óculos estava trincado ainda, e ele tinha alguns arranhões. A camisa estava fora da calça, e estava descabelado. Suor escorria, já grudava os fios crescidos na testa. Ele estava barbudo também. Ephraim não se lembrava do filho ter tanta barba assim.
— Vocês estão bem? – a voz de Theo saiu precisamente sufocada.
Sim, apesar de tudo, ele ainda era seu garoto meio cego e tímido, que tem medo de raios e chuva.
Ephraim se levantou.
— Estamos. – disse, olhando sua mulher. Magdalene estava com os olhos inchados de chorar por eles. E ela parecia que ia cair em outra daquelas crises, mas ela só se aproximou deles e os abraçou.
Theo se soltou do abraço da mãe rápido, e voltou a olhar o pai.
— Vocês tem que sair daqui, agora.
— O que são essas coisas?
— Tem a ver com aquelas que estávamos destruindo na Aurum, não tenho tempo pra explicar. – Theo olhou a mãe. – Vamos, mãe.
Liv a soltou e puxou pelo braço.
— Onde vão nos levar?
— O porão. Lá é… – disparo.
— Isso é Bartholomew. – seu pai o olhou, preocupado.
— Archie foi pra lá – Theo correu, seu pai logo atrás.
— Aquele estúpido não sabe atirar direito, eu sempre disse pra ele não ter armas, mas quem disse que me escuta? – Ephraim resmungou.
— Algumas dessas coisas ricocheteiam os tiros… – Theo abriu a porta, e se assustou.

Archie deu um golpe diagonal de cima pra baixo. Começou no ombro e terminou no quadril da criatura. A carcaça caiu, metade para um lado, metade para o outro.
Ali perto, outro autômato estava caído, também cortado.
— Por que essas coisas não caem com tiros? – o pai de Arch quase gritou.
— Porque você atira muito mal – Ephraim disse, e Bartholomew se virou.
— O que está fazendo aqui? O que todos vocês estão fazendo aqui? – ele olhou Theo, e depois abriu a cartucheira, colocando mais munição.
— Salvando a minha mãe. – Archie cuspiu as palavras, indo até a janela. Depois olhou os cantos do quarto.
Archie simplesmente não sabia de onde ele tinha tirado tanto ódio. Ainda era seu filho, não? E há dois minutos evitou que ele morresse nas mãos daquele autômato.
Mas se ele queria continuar assim, paciência. Archie também sabia ser orgulhoso.
Andou até sua mãe e ela o abraçou, enchendo de perguntas sobre seu estado físico.
— Não, mãe. Depois. Vocês tem que descer pro porão, longe dessas… – apontou o sabre para uma carcaça – coisas.
— E por que iríamos?
Archie suspirou.
— Você está louco, Bart? Por que iria? Não é óbvio, seu estúpido? – Ephraim disse, e Archie agradeceu pelo pai de Theo estar ali. Ele conseguiria convencê-lo.
— Vamos. – Theo chamou.
Archie saiu do quarto e olhou pra trás. Todos os seguiam, seu pai ainda com a maldita arma. Abriu o quarto de Amy e foi até o quadro. Tirou-o, e girou a válvula.
Abriu o alçapão, mas claro que seu pai falaria qualquer coisa.
— Desde quando isso está aí? Isso vai para o porão? Muito interessante, não?
Archie olhou o pai.
— Sete anos. Sete. – sentia algo borbulhar no estômago. Não acreditava que estava realmente com raiva de seu pai. – Eu vou ver se a saída está obstruída. Não me sigam, fica difícil pra voltar.
Archie desapareceu pelo alçapão.
— O que falta agora? Ele ter uma namorada?
Theo viu a irmã ficar escarlate, e olhar outro lado.
— Contei pra você da namorada de Theo, Bart?
— Pai.
— Não, que história é essa?
— Uma morena de olhos azuis, linda feito o pecado. Não sei se me sinto orgulhoso ou irritado.
— Pai! Pelo amor de Deus! – Isso não era hora para falarem dessas coisas.
— Ele ficou vermelho, olha!
— Você não, mãe. Você não! – Claro que estava vermelho. Ele ficava assim até quando Lyra falava que seus olhos eram bonitos. E Theo não queria se lembrar dela ainda.
— Aliás, onde ela está? E os outros dois? – Ephraim perguntou.
Theo olhou a irmã.
— Lá fora. – Liv disse.
— Matando essas coisas. – Theo completou, arrumando os óculos.
— O que são essas coisas? – Bartholomew olhou Theo.
— Eles atacaram a Aurum. São… sei lá, autômatos. – Theo respondeu, fingindo não saber de nada.
Seus pais não tinham que saber verdade nenhuma. Seria mais fácil pra eles.
— Está bloqueada. – Archie subiu do alçapão. – Colocaram a estante de ferramentas lá.
Merda. Dar a volta não seria muito bom.
— O jeito é descer.
— Por acaso – Bartholomew parou no meio do caminho para a saída – Amaranthe está naquele maldito porão?
— Não sei, provavelmente sim. – Liv disse.
— Sinto muito então, mas-
— Eu ouvi direito – Ephraim se aproximou do velho amigo. Ele era quase vinte centímetros maior. – ou você não quer ficar lá porque a sua filha está… eu deveria socar essa sua boca, sabia? Quando foi que ficou tão estúpido? Olhe bem para Archie, olhe bem. O garoto saiu sabe lá de onde só pra vir aqui te levar para um lugar mais seguro e você está fazendo pirraça? É isso mesmo, Bart?
Bartholomew fechou a cara, ensaiou alguma fala, mas nada disse.
— Vai realmente ficar com raiva deles só por não corresponderem às suas expectativas? Isso é infantil, acho que sabe disso. De qualquer jeito você sempre foi mimado mesmo, né? Agora venha. E me dê essa escopeta. – puxou a arma da mão dele e continuou o caminho.
Eles desceram o primeiro lance de escadas sem problemas.
Mas na metade do corredor, duas aranhas ergueram as patas e se transformaram.
Archie realmente estava cansado delas. E passou a odiar aranhas também.
Ele atacou a primeira, Theo avançou na segunda, e por todos os anjos do céu, Liv foi até a terceira.
Archie não ia lutar direito olhando ela de esgrelha, e por mais habilidosa que ela fosse, não conseguia ficar sem se preocupar.
Os três autômatos caíram rapidamente, e Archie perguntou se Liv estava bem.
— Acho melhor se preocupar menos com ela, Arch. – Theo disse a meia voz. – Seu pai não pode desconfiar de vocês… não ainda. E muito menos o meu pai. Ele é duas vezes pior que eu. – deu um tapinha nas costas dele.
Ah, ótimo. Além do irmão ciumento, há o pai ciumento. Muito bom, Archie, muito bom.
Um grito de mulher chamou a atenção deles. Um grito e aquele barulho irritante de patinhas na madeira.
— Mais deles – Archie mal ouviu Liv dizer, estava correndo.
Correu de sabre em punho, para conter aquele autômato que com certeza mataria seu pai no primeiro golpe.
Bartholomew deu passos de costas, visando uma fuga, mas caiu pra trás. O que foi perfeito para Archie, que saltou com o sabre, cravando-o no peito da criatura. O impacto desnorteou-a por um instante, e Archie usou o pé para tirar a espada.
O autômato ainda funcionava, e pegou o punho de Archie, que travou os dentes pela dor.
Deixou a espada cair, e pegou-a com a mão esquerda. Fez uma prece, e desceu a lâmina na mão da criatura. O pedido foi atendido, e conseguiu golpear com a força certa para decepar a mão daquela máquina.
Trocou a espada de mão rapidamente e terminou de cortá-la.
Virou-se, e viu o pai ainda no chão. Estendeu a mão pra ele, que o olhou confuso.
— Você ainda é o meu pai.


Pyro sentiu uma energia conhecida. Bem familiar, porque era a sua própria. A magia que selava a forma do cilindro dentro daquele livro.
Mas era estranho, porque estava bem ali, naquela grama.
Ele derrubou o autômato com um golpe de espada, e se virou para a tal energia.
Viu Catherine e Chris ali, parados, cercados por um monte de autômatos, inclusive um igual ao que encontrou na Aurum.
Não pensou. Sabia o que ele estava fazendo ali. Usou a Sellphir para se aproximar, e golpeou com a espada.
Seu coração falou uma batida quando o metal de Amy quebrou.
O autômato o olhou, e aproveitou o choque para chutar Pyro no estômago. O impacto fez com que sangue subisse por sua garganta, e que fosse jogado a alguns metros.
— Não me interrompa, humano estranho. – ele disse.
Pyro ainda se levantou, mesmo com a dor o cegando. Ainda conseguiu reunir energia nas mãos, e lançou. O autômato se desviou facilmente, e a energia acertou as máquinas ao redor.
— Sem mais demorasss – a voz mecânica disse, e avançou contra Catherine.
— Está comigo, idiota! – Chris berrou, puxando Cat pra trás com força. – Bem aqui! – ele ergueu um livro.
— Desculpe, pai… preciso do verdadeiro… preciso… – o autômato pulou para frente, desviando de outro ataque de Pyro, e virou.
Eles trocaram golpes, Pyro era ágil, mas o autômato era mais. Com outro chute mandou o mago para longe, e se virou.
Em um segundo parou na frente de Cat, e no segundo seguinte, ela estava em seus braços.
No terceiro segundo, os dois estavam voando, a propulsão das pernas daquele autômato riscando o céu de laranja.
Chris ficou imóvel.
Havia tantas pessoas naquele mundo que podiam morrer. Havia ele mesmo. Aliás, ele queria que fosse o único a morrer. Mas Cat, Cat não podia, não merecia. Ele a colocou naquilo tudo, era o único responsável por ela e agora…
Ela não podia, nem deveria morrer, nunca, nunca… seria a pior das culpas, mais pesada que todas as outras, e justo quando ele sentia que não conseguia suportá-las mais…
Ela insistiu tanto para levar o livro.
Baixou os olhos para Pyro, dez metros a frente.
Ela não podia morrer. E ela não ia. Chris correu até ele e se ajoelhou ao lado.
Pyro apoiou nas mãos e cuspiu uma bola negra, viscosa. Ele estava destruído por dentro, dava pra perceber.
— Consegue levantar? – Chris pensou que “você está bem?” era uma pergunta estúpida.
— Ainda não, espere… ajude aqui.
Chris o ajudou a se sentar direito, e Pyro pôs as duas mãos no abdômen. Elas ficaram com uma luz esverdeada, e o garoto fechou os olhos. Chris não queria apressá-lo nem nada, mas estava sinceramente preocupado com Cat.
— Eu… consigo sentir o livro, Chris. Ele só quer o cilindro, levou Catherine porque eu o atrapalhei, sinto muito. – ele gemeu. – só vou estancar esse sangramento porque é interno, e vou até ele. – abriu os olhos. – fique calmo.
— Não menino, eu não vou ficar calmo. E você vai me levar junto.
— De jeito nenhum.
— Pyro, não sei se você esqueceu, mas quem criou essas coisas fui eu. Eles me chamam de pai, entende? Luce ainda se lembra de mim. Há uma chance deles não me atacarem. Além disso, andei observando. Eles realmente não me atacam.
— O que quer dizer?
— Que talvez eu possa pará-lo. Isso tudo que ele está tramando tem a ver comigo, tem a ver com a nossa briga. Eu tenho certeza disso.
Pyro se levantou.
— Não posso arriscar você. Não terá como eu te proteger.
— Dane-se! Só me leve! E eu já disse que eles não me atacam!
— Maldição. Parece que pousaram. Segure meu braço firme, e reze para não perder nenhum membro do corpo.
Chris ficou pálido, mas já era tarde demais.






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