Leaden Chronicles é um monte de contos meus ( e só meus, Phyreon não tem parte neles. u.ú) que são publicados mensalmente aqui. =D
F O U R T H
B U L L E T
Bem
vindo a Shallvy
Eles realmente iriam
pra Shallvy.
A mãe de Amy não
hesitou em deixá-la ir, o que só deixou a moça preocupada – e embaraçada.
Realmente teve que comprar roupa de banho, coisa rara em Thanyto. Não, raro não
é a palavra. Impossível é o termo certo.
Apesar de haver sempre
sol, Thanyto ainda estava cravada no centro do país e, portanto, não havia
praias. Nem piscinas, eles nunca sequer imaginaram isso em suas vidas. Nem
lagos haviam em Thanyto.
Então, sem lojas de
roupas de banho.
Depois de dois dias,
eles pegaram o trem para o distrito de Shallvy.
Calor foi a primeira
coisa que sentiram. Um calor insuportável. Amy e seus vestidos pesados se viram
perdidos.
— Eu estou assando,
Vince! – ela se abanava.
— Eu disse pra trazer
roupa leve, não foi? – Vincent pegou a mala dela, na estação.
— Mas eu não tenho
roupas leves! – as bochechas dela estavam vermelhinhas de calor.
— Tá, tá... – Vince
passou a mão na cabeça. – a gente passa no centro aí eu compro umas roupas
novas pra você.
Amy fez uma expressão
furiosa.
— Não, senhor
Heisenberg! Acha que eu preciso de esmola sua, é? – ela se inclinou pra frente.
Vince sorriu, amava
vê-la assim, irritadiça. Deu dois passos pra frente, ficando bem perto dela.
— São presentes, Amanda. E eu sou seu patrão,
e você vai me obedecer. E se eu disse que vou comprar as roupas novas pra você
é porque eu vou mesmo e você não vai me impedir. E se fizer birra, eu mesmo vou
escolher as roupas. – Vince abriu um malicioso sorriso e sua interlocutora
trincou os dentes.
— Eu te odeio, Vince. –
bufou, e se virou, indo atrás de Nick.
Vincent sorriu mais e
foi atrás deles. A estadia em Shallvy podia ser... Interessante.
Depois de comprarem
roupas que Amy achou absurdamente indecentes, eles arrumaram um galger e saíram
da capital.
Cavalgaram por cerca de
vinte quilômetros. Vince e Amy em um galger, Nick em outro. Falaram a viagem
toda sobre o povo azul.
Amy não gostou do que
ouviu.
Até onde entendera,
poderia ser morta por golpes de battoujutsu.
Em determinado momento,
quando Amy dormia apoiada nas costas de Vincent, ele disse:
— Hey, Amy... Estamos
chegando.
Ela se endireitou, e
olhou sobre os ombros de Vince.
Viu ao longe um campo azul.
De início ela não entendeu, mas depois se lembrou.
— Então é mesmo
verdade... – Amy começou.
— O que? – Vince olhou
sobre os ombros.
— Que os Lewis cultivam
rosas azuis?!
Vince riu.
— É verdade sim, Amy. E
lá estão elas pra provar.
Em menos de dois minutos,
Amanda passava por um belo roseiral azul. Não pôde conter seu espanto, elas
eram lindas. Perfeitas.
Pararam na frente de um
casarão colonial. Todo branco, com as portas e janelas – que eram numerosas,
por sinal – pintadas de azul escuro. Vince olhou os dois lados e desceu da
criatura. Depois pegou Amanda pela cintura e desceu-a. imediatamente após isso,
ele tirou sua katana do galger e bloqueou um ataque.
Amy só percebeu quando
ouviu o barulho de metal se chocando, e se assustou.
Olhou pro lado contrário
ao de Vince, e tinha um garoto lá. Mas ele sumiu antes que ela reparasse
qualquer outra coisa.
Depois, ela virou para
Vincent. Ele também sumira.
— Hey, Amy, vem pra cá.
– disse Nick, apoiado em seu galger e com o mindinho enfiado no nariz. – Eles
podem demorar com isso... Você não vai ver nada mesmo. Pode ficar calma, eles
não vão te acertar. – ele disse num tom banal, entediado. Como se aquilo fosse
claramente normal e previsível.
Amanda obedeceu e se pôs
ao lado de Nick. Ela via relances, apenas. E roseiras cortadas, caindo. Ouvia
muito barulho de metal em choque.
— Nick... O Vince...
— Ih, calma, Amy. Eles
vão parar já já, quer ver? – Nick ajeitou Haroldo nos ombros.
Como se Nick estivesse
profetizando, Amy viu Vincent levar uma rasteira e cair no chão. Estava com o
cabelo solto e um corte na bochecha.
A dois centímetros de
seu olho direito pairava o fio de uma katana, empunhada por um garoto de cabelo
cor de mel, igual ao de Liz, mas curto. Ele usava roupas comuns, e parecia ter
a mesma idade de Vince.
Icaro, de acordo com as
informações que recebera. Ele abriu um sorriso torto e fitou Vincent com seus
olhos cinzentos.
— Bem vindo de volta a Shallvy,
Heisenberg.
***
—
Você está bem mesmo, Vincent? – Amy perguntou pela enésima vez.
— Ih, Amy. Ele ta
inteiro, sô. Só o ego dele que foi fatiado lá fora. – Nick disse, tediosamente.
Os três estavam jogados
num dos sofás da sala dos Lewis, em Shallvy. Não havia mais ninguém ali. Icaro
fora atrás do pai, e seus irmãos e mãe estavam na cidade.
A empregada fazia em
lanche.
Vincent ignorava os
dois, apenas encarando a bainha de sua katana, se perguntando por que perdia
sempre pra Icaro, e por que a mais humilhante das derrotas foi justamente na
frente de Amy. Ele estava de cabeça baixa, seus cachos vermelhos escondiam seu
rosto. A dor na bochecha agora era um leve ardor.
— Mas é que... Eu nunca
vi o Vince assim, tão avoado. – Amanda abaixou as pestanas, colocando uma das
alças finas de seu vestido leve no lugar.
— Ah, é sempre assim.
As katanas, sabe? Vince não usa espadas sempre que nem o Icaro. – Nick brincava
com Haroldo, mexendo as patinhas dele. – Aliás, ele nunca usa espadas, só aqui.
Quer o que? Vince tem cabelo vermelho! Ele é um Heisenberg, não um Lewis.
— Diz isso pra ele,
Nick. Parece que ele nem tá nos ouvindo. – Amy voltou a olhar Vincent.
Olhou-o por longos
segundos, até colocar uma mecha de cabelos dele atrás da orelha, possibilitando
assim que ela visse o rosto dele.
Então Vincent acordou,
com um arrepio. Os dedos dela passando por sua orelha tão levemente lhe trazia
sensações ainda confusas.
Olhou Amy, ela estava
com uma ruga enorme de preocupação na testa.
— O que foi? – Vincent
perguntou, calmamente.
— Você, Vince! Está
viajando aí, muito estranho... – ela respondeu, um pouco urgente. – Nem deixou
que eu cuidasse do seu corte. – Amanda passou um dedo pela bochecha dele,
limpando o sangue que escorrera.
— Ah, não ligue pra
isso. – Vince sorriu, entremeio a outro arrepio.
Então a porta da sala
se abriu num estrondo e Icaro irrompeu adentro, ofegante, muito vermelho e com
a testa sangrando.
— Os dois aí, venham
comigo. E se a moça souber atirar, pode vir também. Meu pai está com problemas.
– ele disse, sério, e deu meia-volta, saindo tão rápido quanto entrou.
Vincent encarou Amanda.
— Não saia daqui em
hipótese alguma. – disse, em tom de ordem.
Ela assentiu, e os
primos saíram.
Pobre Amy xD
ResponderExcluirMas sei como ela se sente: do mesmo jeito que eu derretendo quando vou pro colégio u.u
Calma, Vince... Como o Nick disse, você não usa espada sempre como o Icaro u.u
Oh, shit...
Mal chegaram e já tem problemas ¬¬
Aguardo mais!
Beijos
sim, sim! estão cheios de problemas... tsc tsc tsc
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