Crônicas de Chumbo #7

Olá pessoas...
Bem, tive problemas com o blogger hoje, por isso só postei agora.

Era para ter postado na semana passada, mas duas provas surpresa acabaram comigo =/
Então... aí vai...





Resuminho:

Nick e Vince são mercenários da família Heisenberg. Eles foram mandados para Shallvy pela mãe de Vince, no intuito de tirar férias. Mas, como nada dá certo, chegando em Shallvy os dois descobrem qua as coisas não estão boas... Eles encontraram Oswald Lewis lutando contra bestas que nunca viram na vida... e deixaram Amy sozinha em casa. Ela teve que se virar para matar algumas dessas bestas sozinha, e foi salva no último instante por Vince...
Mas... e agora?






S E V E N T H     B U L L E T
Gêmeas




         Vincent Heisenberg tomava decisões em sua mente enquanto acariciava os cabelos louros de Amanda.
A noite já ia alta. Ainda não havia ninguém or lá, mas Vince não sairia dali – nem com ela e muito menos sem ela.
Amanda não conseguia tirar as mãos da cintura do seu salvador, por nada. Estavam em silêncio há quase uma hora.
— Amanda. – a voz de Vince saiu rouca.
— Hm?
— Sabe… as coisas não estão bem por aqui, como dá pra ver.
— É.
— Você vai voltar pra Thanyto no primeiro trem de amanhã. – a voz dele soou firme dessa vez.
— O que? – Amanda tirou a cabeça do ombro dele e o olhou nos olhos. Ele estava muito sério, apesar do cabelo bagunçado e solto.
— isso mesmo. Aqui não é lugar pra você. Viu o que houve. Há dezenas dessas coisas aqui e eu não quero você nisso.
Amanda nunca vira Vincent falar tão sério na vida.
— Mas Vincent, eu… eu… posso lutar.
Sim, podia. A prova estava bem ali, ela matara dois deles. Com mais um pouco de treino, então… ela queria ficar. Ela tinha que ficar. Era algo além da sua compreensão.
— Não, você não pode. – ele meneou a cabeça. – está louca? Não sei como derrubou dois deles, Amy. E se eu não tivesse chegado? Você não conseguiria matar dois juntos.
Um nó se formou na garganta dela. Ele tinha razão, como sempre. Mas ela não queria ficar longe dele. Não de novo. Era doloroso.
— Mas… só… não sei, Vince! Me treine! Eu não quero voltar, eu… não quero ficar longe de você. – ela mal acreditou que dissera aquilo, e abaixou a cabeça, corando.
— Eu também não, mas é preciso. – ele pousou a mão no rosto sujo dela. – Todos os Lewis sabem manejar uma espada e eu e Nick atiramos. Só você-
— Já disse pra me treinar! – ela gritou.
— Não, Amanda! – ele tentou não gritar com ela, e falhou. – você não tem que aprender essas coisas! Não você! Você vai pra casa e acabou, é isso. E vai levar uma carta para a minha mãe.
— Eu não quero ir! – ela bradou, como uma menina birrenta.
— Mas vai! É pro seu bem, Amanda! – então ele se assustou pelo tom que estava usando com ela.
Ele já ia se desculpar e tentar explicar as coisas melhor, fazê-la entender. Mas as portas da sala tremeram, fazendo Vincent se levantar e se armar. Ele engatilhou uma bala e uma das portas caiu.
— Mas que merda
— É essa?
Duas figuras exatamente iguais apareceram, provavelmente as donas das vozes (que também eram iguais). Tratavam-se de moças do tamanho de Amanda, com cabelos lisos na raiz e enrolados em cachos definidos nas pontas, cor de mel. O comprimento era igual, a franja era igual. Os rostos eram iguais, e as expressões também. As roupas, os sapatos, tudo igual.
Menos uma coisa. Uma delas usava uma tiara azul claro no cabelo, e na outra, a tiara era azul escuro. Seus olhos eram cristais cinzentos, e ambas estavam com katanas iguais nas mãos.
Katanas cheias de sangue negro.
— Hey, é o Heisenberg. – disse a da tiara azul claro.
— Mãe, pode vir! – disse a outra.
— Olá, ahm… – Vince abaixou a arma, tentando se lembrar qual era a que usava fitas azul claro.
— Nicolle. Azul claro… Nicolle. Azul escuro, Serena. Não aprendeu até hoje, seu estúpido? – ela disse rispidamente. – Nem precisamos usar essas malditas fitas. Somos totalmente diferentes.
— E como. – ele soou sarcástico. – não venho aqui há anos, caso não se lembre.
— Certo, dane-se isso. O que houve aqui? – Nicolle adentrou a sala destruída.
— Céus. – uma mulher loura entrou acompanhada pela menina da fita azul escuro, Serena. – Olá, Vincent… o que… houve? – ela olhou de um lado a outro da sala.
Vincent resumiu tudo em poucas palavras, já imaginando a reação daquelas gêmeas.
— Que inferno, Vince! Você largou meu pai lá! – Nicolle explodiu, e com ela, a lâmpada de um abajur.
Vince mordeu o lábio inferior. Elas ainda eram instáveis daquele jeito?
— Calma, filha… – Christina, vendo os cacos de vidro se juntarem ao entulho da sala, tocou o ombro de Nicolle. Não era bom vê-las irritadas. – Ele está com Icaro… e Nicholas.
— Grande coisa. – Serena bufou. – Vamos atrás deles, agora.
— Ei, ei, ei. Não! vão me largar aqui com duas civis? – Vince se manifestou.
As gêmeas se entreolharam.
— Só vou esperar – Nicolle
— Meia hora – Serena
Uma sempre completava a frase da outra, o que sempre deu medo. Não só a estranhos.
Vince admitia que tinha medo delas. Admitia publicamente.
Ter medo delas era sábio.
Assim que disseram, alguém derrubou a porta quebrada, que Vincent havia encostado no lugar.
— WOW, QUE ZONA CARA! – Nick pôs as mãos na cabeça, afundando os dedos nos cabelos vermelhos. – é, eu… vou pegar o velho lá. – ele olhou as duas irmãs e saiu correndo.
Se Vince tinha medo delas, Nicholas tinha pavor.
— Nick cresceu, hã? – Serena observou, e olhou a irmã significativamente.
— Com certeza. – as duas trocaram um sorriso discreto.
— Melhor ajudar. – Vincent se levantou e saiu num pulo.
Assim que ele passou pela porta, as duas olharam Amanda. Tão de repente e tão sincronizadas que Amanda sentiu um arrepio.
— E você, matadora de besta? É a namorada de Vince? – as duas disseram juntas.
— Não… – Amanda estava com mais medo delas que das bestas que matou.
— Então é o que? – Serena a analisava. Não podia ver muito através da camada de sangue negro que a cobria.
— Ahm… eu sou… enfermeira dos Heisenberg, e… trabalho no castelo…
— Sei. – disse Serena, com pouco interesse. – só uma menininha indefesa, então
— O que Vince viu em você? – Nicolle completou, franzindo o cenho.
— Hein? – ela disse “menininha” como se Amanda tivesse cinco anos de idade. Isso deixou-a indignada.
Nesse instante, Oswald surgiu carregado pelos rapazes.
— Trabalho a fazer. – as gêmeas disseram juntas, e correram para subir com o pai até seu quarto.

***

— Sua passagem.
— Vince…
— E a carta para mãe.
Amanda mordeu o lábio inferior. Queria chorar infernalmente, mas algo lhe dizia para não fazer isso.
Estavam na estação, era madrugada ainda. Quando Vince dissera “o primeiro trem”, ele não estava brincando.
Ela pegou os papeis com desânimo.
Vince viu aquela expressão e sua face descontraiu. Suspirou profundamente e pôs as mãos nos ombros dela.
— Olha, Amy… me perdoe. Não fique com raiva de mim, por favor. As coisas estão piões que pensei, e isso deixou de ser férias amenas. Você corre perigo em Shallvy, e é a única que pode falar disso pra minha mãe. Porque sem o Oswald, só sobramos nós, e nenhum adulto. E ninguém com poder de fogo pode sair, é arriscado.
— Então só sobrou eu mesma.
— Isso. Por favor, Amy… – Vince a abraçou com força. – eu me importo muito com você. Por isso tem que ir…
Amanda agarrou a jaqueta de couro dele com força.
— Entendi. – ela disse, a voz abafada.
Vince a soltou. Queria beijá-la, mas isso, isso sim seria seu fim. Teria que fazê-lo um dia, mas não agora. não no meio de uma despedida.
Seria doloroso demais.
Ele se abaixou um pouco, e afastou a franja da testa dela, beijando-a.
Amanda corou, e engoliu suas lágrimas.
Um sino soou, anunciando seu trem.
Ao menos era isso que ela pensava.
Um homem passou berrando, logo após o sino:
— Todos os trens foram cancelados! Atenção: Todos os trens foram cancelados! Problemas nos trilhos na saída da cidade! Repito: Todos os trens foram cancelados!
Vincent teve que ouvir duas vezes para ter certeza do que o homem dizia.
Depois foi até ele.
— Filho, alguma coisa conseguiu arrancar cem metros de trilho… não ei como. Todos os trilhos que saem da cidade estão destruídos, e sabe do que mais? Ouvi falar que todos os navios e barcos ancorados nos portos simplesmente afundaram. Alguém não quer que saiamos da cidade, ao que parece.
— Infernos. – Vince praguejou. – Previsão para conserto?
— Não sei… no mínimo… seis meses.

***

Assim sendo, Vincent ainda foi até as docas procurar algum barco, mas era verdade. Todos afundaram de modo anormal.
A determinação dele para tirar Amanda dali era tão forte que ela começou a se perguntar se era saudável.
Vince foi até o campo de pouso dos zepelins. Mesmo lá o proprietário disse que nenhum dos zepelins que saíram retornou.  Isso há uma semana.
E saíram todos os zepelins.
Estavam ilhados na capital do distrito de Shallvy.
Vince poderia levá-la de galger, mas não podia deixar Nick com as gêmeas e Icaro, e só eles.
E algo lhe dizia para não fazer isso.
Então voltaram para o campo de rosas azuis dos Lewis.
Amanda e Vincent não trocaram palavra, e ela foi procurar um lugar para ficar sozinha.
Estava na varanda atrás da cozinha, olhando rosas e mais rosas.
— Olá matadora de besta. – ela ouviu a voz duplicada. As gêmeas.
Amanda teve um arrepio e se virou.
— Ahm, oi. – ela olhou as duas meninas. Uma era o reflexo da outra, sem espelho.
— Está aí triste… começou uma delas, Amanda não sabia se era Nicolle ou Serena. A fita de seu cabelo era azul escuro.
— Só porque Vincent
— Quer tirar você daqui
— E você não quer ir?
Amanda olhou de uma para outra, aqueles dois pares de olhos de cristal, como os de sua patroa Liz.
— Olha, isso não é da conta de vocês. – Amanda disse rispidamente e passou por elas, voltando para a cozinha.
— Uma pena. – Serena continuou.
— Aham.
— Porque nós duas
— Podemos te ensinar
— A segurar uma Katana
— Igual a um Lewis.
Amanda parou na porta e deu um giro de cento e oitenta graus.
— Sério isso? – perguntou.
— Claro que sim, matadora de besta. – disseram as duas em coro.




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bem, eu preciso desenhar o povo de Leaden Chronicles né...

2 comentários:

  1. Nick *----* Gostei das gêmeas, mas mesmo lendo não consigo lembrar quem é quem... E elas me dão um pouquinho de medo também...

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  2. é complicado mesmo essa coisa mensal. =/ vou por tudo na bookess, depois.

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