O Orbe de Reidhas, Spin-off #1 | Capítulo XXII


desculpe a ilustra tosca
juro que vou desenhar again um dia
mas esse dia não é hoje

eu quase postei o capítulo XXXII, help





— Onde você estava? – Lyra trovejou assim que Chris passou pela porta. – Lílian não queria dizer. Você demorou.
— Onde você acha? No laboratório. – Chris não estava com muita vontade de encará-la.

Olhou de relance para Lílian. Sabia que ela podia sentir as pessoas que estavam por cima da terra, e a partir de seus movimentos, deduzir o que faziam.
Lílian corou subitamente e virou para a janela. Chris riu.
— Não precisa ficar assim, senhorita. – disse para ela.
— Desculpe. – ela disse baixinho.
Lyra olhou de Chris para sua prima e de volta a ele. Franziu a testa comicamente.
— O que você estava fazendo? – perguntou, curiosíssima.
Chris tirou o paletó e jogou num canto.
— Alguém tem uma navalha? – ele fugiu da pergunta, olhando os garotos.
Tanto Theo quanto Archie balançaram a cabeça em negação.
— Me disseram que eu podia matar alguém com uma navalha. Acho mais fácil eu me matar enquanto faço a barba. – Theo riu.
— Eh, merda. Você ainda não tem nada na cara, eu vou parecer um mendigo em dois dias. – ignorou a expressão de Lyra à sua frente.
— Não-me-ignore. – os dedos dela faiscaram de raiva.
— Está aí ainda? – Chris passou por ela e foi procurar roupas limpas.
— Chris! – Theo avisou tarde demais, e ele gritou.
— Não me dê choques, sua vaca! – quase berrou.
— Então me responda! – ela pôs as mãos na cintura.
— Estava no maldito laboratório o dia inteiro com aquela ruiva de ontem, só isso!
— E descobriu algo? – Pyro entrou na conversa.
Que quando eu encontro a última chance para ter um filho, os deuses me dão uma garota estéril.
— Então, Cat sabe o que está acontecendo, mas ainda não quer contar. Ela deu a entender que ele está procurando alguma coisa.
Lyra e Pyro se encararam.
— Certo. Você ficou lá o dia todo e só descobriu isso?
— Ela é durona. – sorriu. Apesar da pele macia, pensou.
Lyra fez uma careta e balançou a cabeça em negação.
— Você ficou beijando ela o dia inteiro, que inútil.
Chris olhou-a com um sorriso cínico.
— Menina, os adultos têm outras brincadeiras, caso não saiba. – pegou uma camisa limpa e foi procurar roupa de baixo.
— Você disse que tudo indica que Luce está procurando alguma coisa, certo? – Pyro disse antes que Lyra fizesse algum comentário impróprio para uma princesa.
— Aham. – disse, distraído.
— Então. Eu vi uma das cópias levar um cilindro da escola de Amy. E Lyra e eu fomos à Aurum e achamos andares subterrâneos no prédio de Pesquisa.
Chris o olhou.
— Nunca soube disso.
— Aparentemente ninguém sabe. Lá embaixo nós achamos outro cilindro igual. – Pyro concluiu.
Chris fitou os olhos azuis escuros de Pyro.
— Na próxima vez que me verem, vocês saberão sobre eles. É uma promessa.

●●●

Chris olhou pela janela do laboratório naquela manhã, e viu a irmã de Archie lá embaixo, no jardim. Ela estava com um vestido azul simples e o cabelo amarrado. Não parecia uma cientista. Era só uma garotinha.
Ela gesticulava e parecia gritar também. Ao redor dela havia algumas pessoas, soldados, e a alguns metros, seu veículo. Estava um tanto remendado e arranhado, mas parecia funcionar.
Na máquina havia um homem, que tentava controlar a coisa. Porém, não conseguia.
Chris sabia como era difícil ensinar alguém a mexer em dispositivos inventados. Parece que os inventores criam de um modo que apenas eles mesmos são capazes de decifrar.
Perdeu-se na cena. Ela se mordia de vontade de ir lá e ensinar na prática, mas havia um par de rifles impedindo. Só podia falar e gesticular.
— Amy?
Assustou-se com a voz de Cat ao seu lado.
— Sim.
— Ah, está ensinando alguém a pilotar a coisa. Acho difícil que consiga. Essa invenção parece sob medida pra ela. Veja o lugar para o piloto.
— Aquele cara não cabe ali, é óbvio.
— Nunca vai conseguir girar as manivelas, ou entender os radares. São uns idiotas se acham que ele vai sair do chão. – ela usou seu tom soberbo.
— Acho que ela percebeu isso, mas…
— Não tem escolha. – Cat suspirou. – Como está? – olhou-o.
Os olhos dela, aumentados pelos óculos. Chris não gostava das lentes, escondiam alguma coisa. Ele carinhosamente subiu a armação, levando também aquela mecha ruiva.
Ela ainda fica corada, é tão…
— Estou relativamente bem. – não queria mentir. Agora via aquilo que as lentes escondiam, além daquele círculo cinzento perto das pupilas, e nas bordas algo mais azul.
Havia… era algo que Chris não sabia definir. Um afeto quase que materno, forte. Ela não podia estar apaixonada, podia? Não sabia dizer, mas ele sentia-se cada vez mais atraído por ela, e aquelas sardas, olhos e todo o resto simplesmente o seduziam.
Voltou com os óculos dela para o lugar.
— Vamos sair da janela. – ele disse, aproximando-se da mesa com o autômato.
— Por acaso, Chris… – Cat perguntou, colocando-se a seu lado. – Você sente algo vindo desse autômato? Como, hã… quando você se aproxima de uma panela quente e sente o calor irradiar.
Chris a olhou.
— Não.
— Só lembrei disso agora. Assim que cheguei perto desse autômato eu senti isso. E também nas armas de Amy. E num garoto.
Um clique fez a mente de Chris funcionar.
— Como era esse garoto?
— Um de cabelo vermelho, parecia sangue.
Pyro.
Se ela sentiu isso de Pyro, só podia ser uma coisa. Magia. Mas como ela podia sentir? Chris sentia algo estranho quando estava com eles, mas nada tão direto. Só sentia uma descarga elétrica leve quando estava perto de Lyra, ou calor quando estava com Pyro. Quanto à Lílian, ele sentia apenas serenidade.
Olhou aquela cópia dissecada na mesa.
Havia magia residual nele.
— Você sabe o que pode ser? – Cat o olhou.
— Não. – mentiu.
Sua voz muda quando você mente, Chris, Cat pensou. Talvez não seja a hora certa para ele lhe contar tudo isso.
Mas ele nunca vai conseguir nada se fizer tudo sozinho.
— Depois pensamos sobre isso. – Cat disse.
Ela passou as mãos pelos cabelos dele e o trouxe para perto, beijando-o delicadamente.

●●●

Cat não sabia por onde começar aquela conversa.
Mas precisava tê-la. E não podia adiar de modo algum. Aquele parecia o melhor momento para isso, enquanto ele estava debruçado sobre seu peito, acariciando seus cachos, sem se incomodar em embolar os dedos.
— Chris.
— Cat.
Os dois falaram juntos, e ele se levantou e riu.
— Diga você. – ele pediu.
Ela procurou os óculos pela mesa. Achou-os na beirada, a um centímetro de cair. Pegou-os e se sentou na mesa, colocando seu jaleco sobre a pele cheia de sardas.
— Você sabe como deter Luce, não é?
A pergunta dela pegou-o desprevenido, ela deduziu pela expressão dele.
— Em partes.
— E você quer descobrir o que ele quer para detê-lo de algum modo, certo?
A maldita é um gênio, Chris. E você é um estúpido relojoeiro, ele pensou.
— Sim. – desistiu.
Cat ponderou, pondo um dedo no queixo.
A conversa não ia a lugar nenhum se ela não parasse com seus gestos sensuais.
— Você não pode fazer nada sozinho, Chris.
— Olha, eu só quero fazer algo que presta antes de me jogarem numa cela ou me eletrocutarem numa cadeira elétrica. – ele despejou de uma vez. – e até agora eu não consegui nada. E esperava que eu conseguisse tirar algo de você, mas olha lá. Você é quem está tirando tudo de mim, não percebe? – ele a encarou.
Ele não falava de informações, Cat notou. Falava de… seria possível? Que gostasse dela? E ele também sabia de sua pena irrevogável. Seria crueldade demais se ele começasse a amá-la agora.
— Eu gostei de você, sabe. Não deveria. Notei que sou o brinquedinho preferido dos deuses há mais ou menos um mês, sabia? Pois é. – ele cruzou os braços, estupefato.
— Se você tiver essas informações… qual é a probabilidade de vitória?
— Noventa, noventa e sete por cento – Chris confiava naqueles três garotos. Confiava demais.
Cat arregalou os olhos.
— Sério isso?
Ele deu de ombros.
— Se Luce não estiver num estágio de desenvolvimento divino… e eu tenho meus truques.
Era um plano com noventa e nove por cento de chance de falha, suicida e desesperado, mas faria.
Morreria numa cadeira ou numa cadeia, então por que não?
As crianças só não podiam saber disso ainda.
— Pode me contar o que pretende?
— Não. – ele foi direto. Curto e definitivo. Preocupava-se com ela a ponto de não colocá-la nisso.
— Chris. – Cat cruzou as pernas e ele desviou o olhar. – se eu te contar o que sei, meu destino não é muito diferente do seu. Talvez diminua alguns anos, se não me matarem também. – ela foi curta e direta também. Não queria ela no meio disso, tudo bem, mas de qualquer modo já estava envolvida.
— Não se ninguém ficar sabendo disso…
Cat suspirou.
— Investigações, Chris. Uma varrida com os olhos nus nessa sala e descobrem que fizemos de tudo aqui menos estudar autômatos.
Ele a encarou por muito tempo.
Ela estaria perdida se abrisse a boca, e o mundo acabaria se não abrisse. Chris sentiu um bolo na garganta.
Salve a moça e todo mundo morre. Condene a moça e salva a humanidade. Seria bem mais fácil se eu não fosse tão íntimo dela assim.
E se eu não estivesse gostando dela também.
Posso ouvir os deuses rindo da minha cara nesse momento, é uma risada tão maligna…
— Infernos. – ele passou a mão pelo cabelo, desesperado. – Não queria te envolver nisso…
 — Chris! – ela quase gritou. – Onde você enfiou o seu senso lógico de cientista? Não é óbvio, seu idiota? – ela se levantou, brusca. Não notou que só vestia aquele jaleco. – A única opção viável aqui é você esquecer-se de qualquer relação que teve comigo e me por a par de seus planos, e com as minhas informações nós dois podemos acabar com Luce! Porque se você bancar uma de sentimental e quiser salvar a mocinha que dormiu com você uns pares de vezes, vai morrer você, a mocinha e metade desse maldito país de merda!
Chris riu. Não conseguia levar aquele tom dela a sério, ela ficava muito linda irritada e dando aquele ataque.
Mas era verdade, tudo que ela disse. Quando se tornou tão ilógico assim? Só deveria tê-la feito falar enquanto gemia e largá-la à própria sorte depois. Esse era o plano original, aliás.
E lá estava a mão daqueles deuses de novo.
— Chris. – ela se aproximou dele com um passo, e tocou seu peito com uma mão. – Nós somos cúmplices nisso, não somos?
Chris não hesitou.
— Somos.
— Quem fala primeiro, você ou eu?
— Você. A minha história é grande.
Cat voltou a se sentar.
— Certo.
Nicky vai me matar.
Não. Nicky é uma tenente. Não pode saber disso.
— Uma forma de energia nova, experimental. Foi comprovado seu poder, mas ainda é secreto demais e em fase de testes. Pra mim era mito, mas parece que não.
Chris aguardou por mais.
— McMillan não disse como isso funciona, mas o poder de geração de energia é muito alto. E se a coisa se dissipar ou explodir, pode levar uma área considerável com ela. Armazenaram as amostras em cilindros. E esconderam em três pontos daqui de Rhenium Valley.
— Em escolas de garotos? – Chris fechou as mãos em punho.
— Em escolas de garotos. – ela assentiu. – A Aurum por causa de seu prédio de Pesquisa, e a escola do centro para não chamar a atenção. E mais um no Observatório Astronômico.
— Mas por que…
— As amostras em um lugar só? Chris. Rhenium Valley. – ela acentuou bem a última palavra, ajeitando os óculos.
— Um vale, ah, agora faz todo sentido. – sarcasmo – se a coisa explodir aqui, só destrói tudo que está entre as montanhas, maravilha.
— Luce roubou dois cilindros…
— O da escola das garotas e o do observatório. – Chris completou.
— Sabe disso?
— Aham. Conto depois.
— E os homens estão protegendo o da Aurum.
Chris tinha algumas perguntas, como por que Luce simplesmente não se infiltrou e roubou os artefatos. Podia fazer isso com sua mudança de pele.
A não ser que ele queria outra coisa a mais.
Causar danos. E dizer “oi pai, olha o que posso fazer agora!” como se fosse um garoto mostrando ao pai os garranchos de seu nome numa folha de papel.
— Separados, os três cilindros…
— Não funcionam. Luce precisa dos três para liberar toda a energia e usar para sei lá o que for.
— Fortalecer-se, talvez. Talvez… não seja ilimitada… – Chris começou a pensar alto.
— O que não é ilimitado?
— Prossiga.
— É isso. – ela cruzou a perna para outro lado.
— Cat…
— É só isso, quer mais o que?
— O número. De mortos. – ele a encarou duramente.
Ela hesitou. Cada morte daquela pesaria nas costas dele como se fosse chumbo.
— Catherine.
— Cento e oitenta e sete, somando tudo. Mortos e feridos. A maioria, estudantes. – ela fitou a expressão que Chris fez.
Os garotos não sabiam daquilo. Talvez os magos não ligassem, eram treinados para ignorar esse tipo de coisa, mas os outros… aquilo ainda estava longe deles, que eram jovens e estavam trancados lá em cima, apenas esperando alguma saída.
Mas assim que saíssem de lá, assim que soubessem que seus colegas de escola morreram e teriam que ir a funerais e visitar lápides, entenderiam bem. Como Chris entendeu quando teve que enterrar a mãe e o irmão que a matou no parto, e não viveu mais que dois dias. E como teve que enterrar o pai anos depois.
Entenderiam, mas ficariam marcados.
Como ele ficou.
— Viu por que não queria te contar? Essa sua expressão de culpa, de ódio de si mesmo…
— Mais nada?– ele a cortou.
— Não. Sua vez.
— Você só vai acreditar quando ver, então se prepare para rir bastante. – ele puxou uma cadeira e se sentou nela, em frente a Cat.
— Como assim?
— Do início: Eu estava, pela milésima vez, tentando me matar. Daí uma coisa caiu do céu na minha frente – Chris já contara aquilo quantas vezes? – e era uma esfera. Uma esfera linda, perfeita, redonda, lapidada, do tamanho do seu- do… da minha mão, assim. E tinha uma fumacinha ondulando dentro. E estava frio quando peguei da cratera.
As sobrancelhas de Cat se ergueram.
— Calma, vai piorar. – ele continuou. – peguei o objeto e voltei correndo pra casa. Queria vender a coisa para me sustentar, e como eu tinha o costume estranho de conversar com minhas invenções, fui mostrar a eles o que tinha achado.
— Também converso com as minhas, você não é o único.
— Daí, quando eu cheguei perto da sucata que Luce era, a coisa ressonou com o circuito interno.
Cat se levantou.
— Você quer dizer que aquela coisa que caiu do céu é a fonte de energia de Luce?
— Sim. Instalei-a de qualquer modo e ele funcionou bem até demais, mas espere bem aí sentada porque ainda tem a pior parte.
Cat se sentou.
— Daí tem a parte da evolução, já contei. Depois que Luce fugiu, eu fui até a casa de um amigo meu, professor da Aurum. Contei a ele sobre isso tudo que te disse e ele prometeu que ia me ajudar. No outro dia ele me voltou com meia dúzia de garotos.
— Aqueles que foram capturados?
— Sim. Três deles merecem atenção.
— Por que…
— São os donos da tal esfera.
— Mas caiu do céu… Chris, seja coerente.
— Quem disse que essa história é coerente? Você ainda não ouviu o pior dos piores de tudo.
— Então diga. – Quantas partes piores aquilo tinha?
— Cat, você acredita em divindades?
Ela revirou os olhos.
— Claro que não, por favor.
— Eu também não. Até eu ver aquilo. – ele juntou as mãos. – Cat, aqueles três garotos. Um é aquele do cabelo vermelho que você viu com a Amy. Lembra daquela coisa que você sentiu emanando dele?
— Aham.
— Pois então. Eles chamam de aura mágica.
— Você está – ela apontou um dedo – insultando a minha inteligência.
— E… – ele ignorou – os três me vieram de um lugar super estranho que fica perto da entrada do inferno com a magia daquela esfera que eu coloquei em Luce. E eles dependem daquilo para voltar pra casa deles. E eu impedi isso tudo porque tenho essa ganância maldita correndo nas veias. E é isso.
Chris não achou bom falar em dragões. Ainda não.
— Você quer mesmo que eu credite nisso?
Ela realmente estava incrédula, aquilo o deixou um tanto chateado.
— Eu te contei aquilo tudo pro seu plano ser… você não disse seu plano. E olha, não quero nem saber.
— Cat. Por favor. O plano é descobrir o que Luce quer, atraí-lo e destruí-lo. Simples assim. E eu disse que você só acreditaria depois que visse, não é? Então vista-se. Dois choques daquela Lady e você acredita até no coelho da páscoa.

●●●


— Lento demais. – Lyra desviou o chute de Theo, gingou e aplicou um golpe nas costelas dele, que gemeu de dor. – Mais rápido, de novo.
— Ela vai matar o meu irmão. – Liv disse baixinho para Archie.
— Acho que ele aguenta. – ele respondeu, apertando suas mãos contra as dela.
— Theo tem medo de machucá-la, daí nem encosta nela direito, apesar de que Lyra é durona. Essa luta é desleal porque ela não tem dó. – Liv suspirou.
Archie riu.
— Vai lá você, Archie. Troca com ela.
— Eu? Pirou? Se eu for lá eu morro, Liv!
— Você é menor, mas não tanto assim.
— Você não entendeu. Theo quer me matar já tem dois dias e só está esperando uma oportunidade. Se eu me oferecer pra uma luta…
— Por quê?
Archie fitou aqueles olhos verdes que o fascinavam tanto. Sorriu e encostou a ponta do seu nariz no dela.
— Por causa de você. Acho que te roubei dele.
— Claro que não!
— Claro que sim. – Archie ponderou. Viu Theo tomar outro golpe.
— Quando ele começou a ficar com Lyra, eu não senti que ela estava roubando ele de mim. Eu fiquei feliz por ele. E fiquei triste também, porque ela ia embora e eu vi que ele gosta dela. Por que Theo pensaria assim de você? Você, Archie. O melhor amigo dele.
— Não sei. Ele te ama muito.
— Acho que ele tem que aprender a perder algumas coisas. – ela encarou a luta dos dois.
— Também acho.
Lílian levantou a cabeça de repente, o cenho franzido.
— Que foi, querida? – Rutherford, que lhe fazia companhia, olhou-a.
— Chris. – ela estava séria. – Lyra vai matar ele dessa vez.
Uma voz alta de mulher se fez audível e a porta abriu bruscamente. Theo parou de se mexer e recebeu todo o impacto do soco na boca, e caiu rolando pelo chão.
— Por que você não desviou, seu desgraçado! – Lyra não percebeu a porta abrir e correu até o namorado.
Todos os outros olhavam a porta, e Chris fechou-a delicadamente atrás das costas. Seus lábios formavam uma linha fina e reta. Ele viu Lyra debruçada em cima de Theo, depois olhou Lílian e por último, Pyro, que franziu o cenho.
Cat estava imóvel à sua frente, paralisada com os olhos em cima do cabelo de Lílian. Era o normal.
— E por que vocês estão tão quietos? – Lyra se levantou puxando Theo pela blusa manchada de sangue e quase o largou ao ver Cat.
Pôs seu namorado de pé e andou até perto dela. Chris podia sentir a aura de arrogância de cada uma das duas, e queria fugir.
— Você, quem é?
— Não, mocinha. Você, quem é? – Cat a olhou como se fosse um camundongo de experiência.
— Cat, Essa é a Lyra, e Lyra, essa é Catherine Hemingway. A chefe do departamento de ciência.
Algo iluminou Lyra.
— Ah sim, você que é a garota que ele anda co-
Chris agradeceu aos céus por Theo conhecer bem a namorada que tinha. Ele empurrou-a bruscamente pra um lado, cortando-a.
— Theophilo Steamwork, prazer. – estendeu a mão mecanicamente, depois viu. – Ah, desculpe. – estava com sangue. Estendeu a outra.
— Você precisa de um médico, hã?
Theo tinha sangue na boca e na camisa, sem piedade.
— Até que não, foi só um corte, ela já- – olhou Chris por um segundo e ele confirmou com a cabeça – me curou.
Christopher. – Lyra trovejou, com muita, muita raiva – O que essa mulher está fazendo aqui?
— O que você acha? Tentando salvar a minha pele do fim do mundo. – Cat respondeu com toda sua sutileza comum.
Chris percebeu que seria o começo de uma longa inimizade.

 não cara, hoje não tem easter egg. again.




feliz ano novo =D



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E os jogos começaram \õ/


Well, se você está perdido, gafanhoto, a luz está nessa minha journal do DeviantArt. E, claro, nas imagens escondidas.




Lembrando os pdf's tem uma imagem diferente e o primeiro tem a Apresentação :3


até a próxima minha gente.


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