O Orbe de Reidhas, Spin-off #1 | Capítulo XX

no universo paralelo...
Cat - a nerd que não penteia o cabelo e tem 200cm de busto do Clube de Física
Nicky - a gracinha do time de handebol
UMA AMIZADE DEVERAS IMPROVÁVEL MEUZAMIGO


 


Theo estava deitado no colchão, os braços na nuca.  Acabara de acordar.
— Arch. – chamou-o. Ele estava acordado também, e todos os outros. Esperavam a vez de fazer a higiene matinal.
— Theo, eu… ainda não me desculpei sobre o porão. E Amy e tudo isso. Sério, nós deveríamos ter contado a vocês. – Archie disse antes que esquecesse.
Theo nem se lembrava disso mais.

— Ah… sem problemas. Não ligamos de vocês esconderem isso… nesse seu caso, quanto menos gente souber, melhor.
— Sim… o que você ia falar? – Archie se espreguiçou.
— Na Aurum. Depois que você se separou de mim.
— Sei.
— Ainda não esqueci o soco na boca que estou te devendo.
Archie riu.
— Mas… depois que nos separamos, eu andei uns metros e encontrei Tom Redworn atirando autômatos como se fossem bolas de papel.
— Sério? – Archie se virou.
Theo assentiu, e com uma das mãos, procurou os óculos trincados. Achou e colocou no rosto.
— Eu dei a Dragonslayer pra ele.
— O que?
— Isso. Ele… Tom estava diferente. Só de estar lá enfrentando autômatos com as mãos nuas… isso me surpreendeu, de verdade.
— Ele não parece ser desse tipo de gente altruísta. – Archie cutucou o lado inchado do rosto.
— Ele disse… que aprendeu algumas coisas pelo pior jeito.
— Lyra?
Theo assentiu.
— A camisa dele estava aberta. Eu vi as cicatrizes… queimaduras, Arch. Queimaduras feias.
— Achei que… sei lá, pessoas ficam loucas quando sofrem tortura, não?
— Sim, mas se a coisa for prolongada, tipo dias. Realmente senti que ele mudou. Daí dei a espada pra ele, desculpe.
— Se ele estava do nosso lado… não foi detido?
— Parece que não. Quando eu vi os soldados se aproximando, disse para ele se esconder, creio que ele fez isso. Mas ainda assim estou preocupado.
— Preocupado com o que? – Lyra se jogou em cima dele sem aviso prévio.
Theo perdeu o ar dos pulmões.
Não se sente , sua doida!
— Tom, aquilo que eu te disse ontem. – ele tomou a cintura dela, e a deslocou sutilmente.
— Ah, sei. Se quiser a Lílian pode achá-lo, já disse. Não posso sentar no seu colo não?
— Você é pesada.
— Como é que é? – ela o encarou com aquela fúria conhecida.
Piorei as coisas, que legal.
Archie riu e se levantou.
— Vou deixar vocês aí.
— Não sou pesada. Sei bem do que se trata, Theophilo. – ela deu um sorriso torto e se sentou do lado dele de livre vontade. – Sabe de uma coisa?
— O que?
— Continuo virgem.
— E…?
— Você é um idiota.
Theo revirou os olhos.
— Olha só, não vou gastar meu latim com o discurso sobre você ser uma princesa e seu pai vir me matar quando descobrir que quando a filha saiu de casa era donzela e quando voltou não era mais. – arrumou os óculos, tentando olhar outra coisa. Qualquer outra coisa.
Lyra riu muito alto.
— Você tem medo do meu pai, é isso?
— E nem é porque ele é neto de Lorde Phyreon Thrower. – Theo se contagiou pelo riso dela, e riu também.
— Ele nunca viria te matar, por favor.
— Se eu fosse ele me caçaria até o último círculo do inferno. – Theo acariciou o cabelo dela.
— Vai fazer isso com Archie? – ela apontou-o com o queixo.
Theo olhou na direção apontada e o viu roubar um tímido beijo de Liv.
Concertou os óculos.
— Provavelmente. – soou frio.
— Sinceramente, não acredito que está com ciúme da sua irmã. Pra mim, Archie é o melhor cara pra ela. Inteligente, futuro promissor e uma herança digna. Diria que Liv tem sorte por ele amá-la assim.
— Também penso assim, Lyra.
— Mas ainda tem vontade de esmurrá-lo.
Theo suspirou.
— Com o tempo acho que acostumo. Foi coisa demais de uma vez.
Dessa vez quem suspirou foi Lyra.
— Que foi? – ele fez um cafuné nela.
— Lembrei-me do meu pai agora.
— Desculpe.
— Não, é que… eu sempre contei tudo a ele, sabe? Minha avó é dada a escândalos, daí algumas coisas eu não contava a ela. Tipo quando eu beijei alguém pela primeira vez. Não queria falar com vó. Lílian estava a milhares de quilômetros. Minha mãe nem se fala. Não tinha mais ninguém. Daí eu corri pro escritório e falei com ele.
— Sério?
Ela assentiu.
— Ele ficou me encarando com a cara de idiota que ele sempre faz quando é pego de surpresa, sabe? Fica mais ou menos assim – ela simulou a expressão, era cômica. – e aí depois ele começou a me encher de perguntas sobre o cara. – ela riu.
— Viu, ele viria me matar.
— Depois disso, tudo eu contava pra ele antes de falar com outra pessoa, ou quando Lílian não podia me ouvir. No começo ele ficava incomodado, mas depois parou. Começou até a me dar alguns conselhos. Ficávamos horas sentados no alto da torre do viveiro da Peg, só balançando as pernas do lado de fora da janela, falando de nós mesmos.
— Isso é… legal. Peg?– Theo não tinha muitas palavras para descrever. Era muito mais do que legal.
— Peregrine, minha fêmea de falcão-peregrino.
— Não tinha um nome menos óbvio não, Princesa?
— Eu tinha oito anos! – ela pegou o travesseiro e bateu nele. – Sabe, quando a gente sentava lá, a maioria das vezes quem falava era eu. Os problemas do meu pai eram sérios demais, ele quase nunca contava. Mas ouvia e ouvia. Falava mais quando eu terminava com algum namorico. Aí ele me dizia sempre a mesma coisa.
— O que?
— Continuar procurando.
Theo ergueu as sobrancelhas, esperando por mais.
— Ele dizia que… quando eu encontrasse a pessoa certa eu saberia. Não dizia como, dizia que eu saberia. Que nem ele soube quando achou minha mãe. Ela já fez muita merda com meu pai, mas ele ainda sabia que seria ela, mais cedo ou mais tarde.
— E foi.
— Sim. E eu continuei procurando. Queria saber como é essa coisa, esse saber. Se a sensação seria boa ou não. Mas eu não sentia nada, Theo. Naaaada. Até perguntei pra ele se eu tinha algum problema, isso foi quando Lílian conseguiu o namorado dela. Meu pai riu e disse que eu não tinha problema nenhum, e sim que não havia ninguém suficientemente bom pra mim ainda. E que eu saberia quando encontrasse. Naquele dia fiquei com uma raiva desmedida. – ela riu. – e continuei sem sentir nada.
Theo não entendia isso muito bem, porque não tinha a experiência dela. Já gostou de algumas garotas antes, mas sempre foi muito tímido para investir, e nenhuma delas prestava atenção nele.
Sequer sabiam seu nome.
Sempre desistia delas, depois de algum tempo.
— Continuei e continuei até…
Hoje?, Theo pensou, com algo no peito. E vai continuar sem sentir?
— Até te beijar.
Aquele algo virou outra coisa que fez seu rosto avermelhar. Olhou-a por um momento considerável, enquanto ela sorria.
Aquele maldito sorriso lindo. Aqueles malditos olhos azuis como pedras de água marinha.
— Isso quer dizer que você…
Ela calou seus lábios com um dedo.
— Não diga. Não precisamos dizer.
Talvez fosse uma praga falar.
Theo segurou a mão dela que cobria seus lábios e a puxou para um abraço muito apertado, daqueles de doer as costelas.
E se sentiu a pessoa mais feliz daquele lado do mundo.


— E é isso. – o General-de-divisão McMillan concluiu.
Cat tirou os óculos e limpou-os no jaleco, gesto para pensar em tudo que tinha ouvido.
Imaginou o que Chris sentiria se soubesse.
A verdade era que se afeiçoara a ele, e não só pelo beijo que deram. De certo modo ela o entendia. E sentia um belo tanto de pena. Do fracasso dele, em todos os sentidos possíveis.
O general falou da vida de Chris toda, ela deveria saber alguns fracos dele, e deveria fazer o possível para que ele colaborasse positivamente para o sucesso da missão, ou seja, fazê-lo contar tudo.
Podiam torturar, mas não tinham lugar apropriado nem material apropriado.
E se ele dissesse tudo de livre vontade seria melhor.
McMillan realmente achava que Chris tinha algo a ver com a ação de Luce. Cat queria argumentar a favor dele, mas não o fez. Não podia fazer isso de forma alguma. E se o general descobrisse sobre eles, que se beijaram? Seria catastrófico.
Cat disse que o autômato evoluiu e que Chris poderia não fazer ideia de como a “consciência” dele funcionava, mas aquele maldito não entendeu. Queria socá-lo por isso. Queria pelo menos berrar “Qual a parte do perdeu o controle você não entendeu?”, mas nem isso fez.
Pelo menos não ainda.
— Não preciso dizer que tudo isso é estritamente secreto, preciso?
— Não senhor. – manteve seu tom frio e profissional. Insubmisso, porém.
Encarou bem os olhos fundos e verdes daquele homem. As marcas da idade que começavam a vir. Os cabelos curtos e cinzentos.
— Espero respostas rápidas. Dispensadas.
Cat saiu da sala e suspirou.
— Chris não sabe de nada, como eu arranco dele algo que nem ele sabe? – perguntou para Nicky.
— Não sei. Talvez ele saiba de algo. Alguma coisinha. – ela tentou. – se é que terão tempo pra isso. – ela sorriu diabolicamente.
— Nicky…
— Você já o chama de Chris. Já está defendendo ele. Já pegou. Então…
— Não me obrigue a bater em você… – disse entre dentes.
— Você quem sabe. Estou armada e sei luta melhor que você. – ela riu.
— Já tenho coisa demais pra pensar, sobre… você ouviu.
— Sim. Isso é preocupante.
Cat mal percebeu que já estava no corredor de seu novo laboratório.
— Vou te deixar aqui. Levante esse nariz, empine essa bunda e vai ser feliz. – ela sorriu largamente. – E se você voltar de lá ainda uma donzelinha ruivinha, já sabe. – Nicky apontou o coldre.
— Acho que prefiro o tiro… – Cat resmungou, mas Nicky não ouviu, já estava longe.
Soprou a mecha que caía nos seus olhos e cumprimentou o soldado da porta.
— Fairmount está aí?
— Sim, senhorita.
— Hm… ele disse algo?
— Disse que não deveria deixar ninguém incomodá-lo, apenas a senhorita.
Cat engoliu seco.
— Siga as ordens dele, soldado. – disse com seu timbre firme, inflou o peito e abriu a porta com fúria terrível.
Quando Cat fechou a porta nas costas, o soldado disse a si mesmo:
— Sim senhora. E pode deixar que vou ignorar os gemidos também. – riu, arrumando o rifle.
Cat se assustou com o que viu.
Chris estava com as costas nuas, debruçado em cima do autômato, trabalhando furiosamente.
Ele se levantou e virou. Suas sobrancelhas ergueram, e ele olhou o torso.
— Eh, desculpe. – ele correu até a mesa dos papéis e pegou sua camisa. – costumo trabalhar assim lá na minha oficina. Esse lugar é o inferno no verão.
Cat sentiu as bochechas queimarem. Mas já? Ah que merda.
A verdade era que não se importava. Chris não tinha aquele abdômen escultural que a maioria dos soldados que via tinha. Era só um sujeito magro.
— Descobriu algo?
Que batom vermelho te deixa irresistível, Chris quase disse. Teve muita vontade de dizer. Mas o tom que ela usou na pergunta era frio demais.
— Nada. – mentiu. – Só que eu não conheço essa máquina mais. – suspirou.
Essa parte era verdade, infelizmente.
Cat passou para o lado oposto ao de Chris na mesa onde estava o autômato. Ela olhou os lados e achou suas chaves de fenda.
— Pensei que viria mais cedo.
— Fui chamada pelo General.
— Ele te disse o que Luce quer? – Chris a olhou nos olhos.
Cat retribuiu o olhar.
— Sim, em partes. Ainda não sabemos o propósito, mas estamos perto de descobrir.
Chris esperou por mais, mas ela abaixou e desviou o olhar para o interior do robô.
— Não posso te dizer. Você é só um civil.
Ela sabe. Agora é arrancar isso dela.
Talvez não fosse difícil. Primeiro, ela estava ali na sua frente. Certo, ela era obrigada a estar ali, mas ainda assim, se tivesse se ofendido pelo beijo, o soldado da porta estaria ali dentro. Segundo, que diabo aconteceu com ela da noite pro dia? Ontem ela era uma cientista maluca com o cabelo estranho e saiotão. Hoje ela era uma cientista maluca super sensual de batom vermelho e…
Ela tem sardas nos peitos.
Chris ficou sem reação por um momento perigosamente longo. Cat estava reclinada demais sobre o autômato, e aquele decote era precisamente aberto.
Lembrou-se da realidade e olhou ao redor. Tentou se focalizar. Lembrar as prioridades. Luce, o que ele queria, acabar com Luce, sardas, ajudar os garotos a voltar pra casa, mais sardas e suicí- sardas.
— O que foi? – Cat ergueu a cabeça. – está parado aí igual ao idiota que é. Faça alguma coisa. – ela usou aquele tom sou-dona-do-universo que a deixava muito sedutora.
— Estava esperando isso.
— O que?
— Você me xingar. Matar, esfaquear, enfiar essa chave de venda nos meus olhos, qualquer coisa.
— Por quê?
— Oras. Por causa de ontem.
Ahá, ela corou. Sonhou comigo a noite inteira, dez contra um nisso aí, Chris pensou.
— Ah, sim. Isso. – ela revirou os olhos, desinteressada. – Relevarei, Fairmount. Só porque preciso mesmo de alguém para pegar minhas ferramentas.
— Estou vendo.
— Quê?
— Não diga que não gostou, Kitty. Você não teria aparecido hoje tão maravilhosa assim se não tivesse gostado.
Continue a fazê-la corar assim e você vai se dar bem hoje, Christopher… continue…
— Só… desculpe ter feito você correr feito uma menina do colegial. Acho que fui muito, hã, apressado. Mas é que… bem. – ele se embolou no que ia dizer, e não foi proposital. – desculpe.
Cat piscou. Nunca pensou que ele fosse pedir desculpas por aquilo. E as maçãs dele ficaram rubras, tanto que foi visível mesmo com aquela barba toda.
Aquela barba, que fazia cócegas. Que arranhava levemente…
Havia um bolo na sua garganta.
— Vou perdoar, mas não se acostume. E você sumiu a minha faixa de cabelo. E está um calor dos infernos. E não me chame de… Kitty. – ela franziu o cenho.
Chris quase riu daquela desculpa.
— Mas sério, você está linda.
— Chris, volte ao trabalho. – tom de ordem.
— Não consigo. – era verdade. Ainda mais se ela fosse abaixar daquele jeito indecente de novo.
Catherine cruzou os braços e bufou.
— Nós precisamos deter essa coisa! – ela começou a acompanhá-lo com o olhar enquanto ele circundava a mesa. – Você precisa colaborar ou nós nunca vamos achar nada relevante!
Eu sei disso, mulher. Não me atormente mais do que já estou, por favor.
Ele parou à frente dela, encarando-a. Ouvindo.
— E quanto mais cedo descobrirmos, melhor vai-
— Cale essa boca, Cat.
Chris a puxou pela cintura com firmeza e a beijou. Ela perdeu todas as defesas em um instante, na verdade parecia que ia derreter. Ele viu que dessa vez não fugiria. Abraçou-a com mais força só por precaução.
Ela não podia fugir. Deveria ficar ali, deveria ter algum laço com ele, algum vínculo que a fizesse falar tudo que sabia, e rápido.
Não era bem o certo, mas Chris andava sem opções e sem tempo.
Com cuidado, foi levando-a até a mesa dos papéis ali perto. Ela obedecia cada movimento dele. Encostou-a no tampo da mesa e sentou-a ali erguendo-a pelas coxas firmes.
Não sabia por que, mas estava nervoso demais.
Aquelas sardas eram tão marrons.











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Eu já disse que Orbe é young adult?
acho que não.

Você pensou que não teria dica da dica hoje? 
Pois está enganado, amigo! As notas também fazem parte do texto! E aqui vai ela:
Tem a light novel do anime no Light Novel project. Está na parte de "Projetos Ativos"
Mas eu acho que de ativo não tem é nada. 




E os jogos começaram \õ/


Well, se você está perdido, gafanhoto, a luz está nessa minha journal do DeviantArt. E, claro, nas imagens escondidas.




Lembrando os pdf's tem uma imagem diferente e o primeiro tem a Apresentação :3


até a próxima minha gente.




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